Hoje subi o trigésimo terceiro andar e olhei para o mundo. Olhei para baixo. O mundo lá embaixo parecia menor, pequeno. Era a proporção da distância; a pequeneza das coisas, os objetos sem definições, a velocidade dos automóveis, os transeuntes, as avenidas.... A dimensão do olhar.
Quando se está distante, tudo parece pequeno. Miniaturas em maquetes, maquetes em movimentos. Tudo maquete em movimento. Nauseei.
Eu olhava tudo do trigésimo terceiro andar. Lá embaixo tudo pequeno, tão longe... e no ato,tão perto,o céu azul se abria para mim.Imenso,longo..Pensei em boiar na sua imensidão azul....Mas tenho ainda outros andares para alcançar...subir...
Hoje lá de cima do trigésimo terceiro andar procurei minha casa, minha família, meus amigos, minhas escolas, teatros.. e você. A visão daqui de cima é clara e ao mesmo tempo acinzentada... É incrível como do alto se enxerga a claridade da poeira..A poeira da cidade...Entristeci.Olhei de imediato para cima,e tão perto,antes parecia distante,o céu, tão azul, tão imenso,tão convidativo...Eu não conseguia ocultar de mim a vontade de me atirar nele. Contei para você. Mas contei em meias palavras.
Hoje subi o trigésimo terceiro andar e não tive medo da altura. Tenho escalado alturas enormes. Sou uma grande alpinista da vida. Pensei: ”Se eu descer, pular, escalar... Eu subo de qualquer forma” Vou pular para subir?Ou para descer?” Titubeei. A beira de um precipício,é de um risco estonteante...
Ainda não... Faltam tantos degraus... Você disse que se eu pular eu vou mais para baixo?
Você disse que desce. Eu acredito em você.
Eu tenho isso de acreditar em certas pessoas. Uma delas é você.
Na hora que pensei em descer para subir, o mundo, a maquete rodou. Tive um flashback. Rememorei uma história do meu pai.
Ah, acredito no meu pai, e ele é como algo eterno dentro de mim. Ele já subiu ta lá no céu, de repente; boiando.
Uma vez ele me falou que lá no Dique do Tororó,uma lagoa daqui de Salvador,essa lagoa,é muito profunda. E lá só que consegue colocar os pés é Deus. Porque ele tem altura sem fim.
Não sei por que razão o meu pai me contou isso. Mas todas as vezes que passo por lá,penso nessa história.
E agora, pensando nessa história, eu aqui no trigésimo terceiro andar penso em me atirar..Olho tudo daqui de cima...Tudo parece tão pequeno.
Penso na altura de Deus.
Penso em boiar... Vou chegando perto do precipício.... Falei para você da vontade de boiar...
Fui indo... Pensei em Lara, George, meu pai, minha mãe, teatro,Minha Vó,meus sobrinhos,Lari,meus amigos e você...e o meu filho que um dia vai chegar.
Pulei...
E não é que na metade do caminho, um a mão me segurou, e era Deus dizendo: Vá com calma mulher, você tem muitos andares incríveis para subir ainda... cada degrau,novas aventuras...
Sorri, e, voltei confiante.... Estou quase subindo o trigésimo quarto andar...E a dimensão da altura já vai se outra.
Um comentário:
lindo esse processo pelo qual vc esta passando...te admiro...siga em frente minha grande escritora...bjs mil
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