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domingo, 27 de dezembro de 2009

BREN E EU!
TAI E EU!


LAU E EU!
11 ANOS....


Como a cigarra
(MÚSICA CANTADA POR MERCEDE SOSA, TRADUZIDA)
Tantas vezes me mataram tantas vezes morri, entretanto estou aqui ressuscitando.
Graças dou à desgraça e a mãe com um puñal, porque me matou tão mal, e segui cantando.
. cantando ao sol, como a cigarra, depois de um ano embaixo da terra, igual a um sobrevivente que volta da guerra
tantas vezes me apagaram, tantas desapareci, a meu próprio enterro fui, sozinho e chorando
Fiz um nó do meu lenço, mas esqueci depois que não era a única vez e segui cantando.
cantando ao sol, como a cigarra, depois de um ano embaixo da terra, igual a um sobrevivente que volta da guerra
Tantas vezes te mataram, tantas ressucitarás quantas noites passarás desesperado
E na hora do naufrágio e da escuridão alguém te resgatará, para ir cantando. cantando ao sol, como a cigarra, depois de um ano embaixo da terra, igual a um sobrevivente que volta da guerra

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

"Ninguém pode dar aquilo que não possui,
Para dar amor, você deve ter amor.
Ninguém pode ensinar aquilo que não sabe,
Para ensinar amor, você precisa compreendê-lo.
Ninguém pode conhecer aquilo que não estuda,
Para estudar o amor, você precisa viver o amor.
Ninguém pode apreciar aquilo que não aceita
Para aceitar o amor, você deve torna-se receptivo a ele.
Ninguém pode ter dúvida daquilo em que deseja acreditar,
Para acreditar no amor, você deve estar convencido do amor.
Ninguém admite aquilo que não se entrega,
Para se entregar ao amor, você deve ser vulnerável a ele.
Ninguém vive aquilo a que não se dedica,
Para se dedicar ao amor, você deve estar sempre crescendo no Amor..."

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009


CARTAS....

9 copas(♥)
A paus (♣)

- A ALIANÇA - ÁS DE PAUS
SIMBOLOGIA - Este arcano traz a figura de um par de alianças de ouro entrelaçadas e simboliza uma união duradoura ou mesmo a possibilidade de um relacionamento amoroso firme.
O ÁS REPRESENTA TANTO O COMEÇO COMO O FIM DE UMA SEQUÊNCIA DE CARTAS, É O SÍMBOLO DE UMA FASE DE SUA VIDA QUE ESTÁ POR TERMINAR, ENQUANTO OUTRA INICIA.

- O MENSAGEIRO - NOVE DE COPAS
SIMBOLOGIA - Esta figura significa o homem em ação, em busca da sabedoria, da autoconfiança e do conhecimento interior. Também é a criatividade presente no ser humano. Representa as ações, A capacidade de mudar o rumo das coisas.

sábado, 19 de dezembro de 2009

Cristiane Ferreira, Thais Alves, Mariana Freire, Claudia de Moura, Larissa Garcia, Jussara Mathias e Ana Cartaxo! Niver de Marita. Pessoas lindas de Teatro!


quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Pôr do Sol no Mam!

Poesia e amor
A tarde que expira,
A flor que suspira,
O canto da lira,
Da lua o clarão;
Dos mares na raia
A luz que desmaia,
E as ondas na praia
Lambendo-lhe o chão;
Da noite a harmonia
Melhor que a do dia,
E a viva ardentia
Das águas do mar;
A virgem incauta,
As vozes da flauta,
E o canto do nauta
Chorando o seu lar;
Os trêmulos lumes,
Da fonte os queixumes,
E os meigos perfumes
Que solta o vergel;
As noites brilhantes,
E os doces instantes
Dos noivos amantes
Na lua-de-mel;
Do templo nas naves
As notas suaves,
E o trino das aves
Saudando o arrebol;
As tardes estivas,
E as rosas lascivas
Erguendo-se altivas
Aos raios do sol;
A gota de orvalho
Tremendo no galho
Do velho carvalho,
Nas folhas do ingá;
O bater do seio,
Dos bosques no meio
O doce gorjeio
Dalgum sabiá;
A órfã que chora,
A flor que se cora
Aos raios da aurora,
No albor da manhã;
Os sonhos eternos,
Os gozos mais ternos,
Os beijos maternos
E as vozes de irmã;
O sino da torre
Carpindo quem morre,
E o rio que corre
Banhando o chorão;
O triste que vela
Cantando à donzela
A trova singela
Do seu coração;
A luz da alvorada,
E a nuvem dourada
Qual berço de fada
Num céu todo azul;
No lago e nos brejos
Os férvidos beijos
E os loucos bafejos
Das brisas do sul;
Toda essa ternura
Que a rica natura
Soletra e murmura
Nos hálitos seus,
Da terra os encantos,
Das noites os prantos,
São hinos, são cantos
Que sobem a Deus!
Os trêmulos lumes,
Da veiga os perfumes,
Da fonte os queixumes,
Dos prados a flor,
Do mar a ardentia,
Da noite a harmonia,
Tudo isso é - poesia!
Tudo isso é - amor!



Casimiro de Abreu
Indaiaçu - 1857

Beatriz
O QUE É - SIMPATIA


(A uma menina)




Simpatia - é o sentimento
Que nasce num só momento,
Sincero, no coração;
São dois olhares acesos
Bem juntos, unidos, presos
Numa mágica atração.


Simpatia - são dois galhos
Banhados de bons orvalhos
Nas mangueiras do jardim;
Bem longe às vezes nascidos,
Mas que se juntam crescidos
E que se abraçam por fim.


São duas almas bem gêmeas
Que riem no mesmo riso,
Que choram nos mesmos ais;
São vozes de dois amantes,
Duas liras semelhantes,
Ou dois poemas iguais.


Simpatia - meu anjinho,
É o canto do passarinho,
É o doce aroma da flor;
São nuvens dum céu d'Agôsto,
É o que m'inspira teu rosto...
- Simpatia - é - quase amor!
(Casimiro de Abreu)

terça-feira, 8 de dezembro de 2009



Querido "Prorferssor",

Eu peço um licenciamento preu falar da manualização que aprendo nos manuá de minha estrada, mesmo que pareça desautorização do manuá que o senhor, seu moço, me passou como tarefa de passamento de ano.
Começarei como um “dotô”, que inscreve bunitum, ponto. Que defende alguma coisa de que se chama esses nome diferente: Artingo, Resenhação, derfesa...Eu ouvi nessas acadimia meio atrapaiada de onde eu fui “visirtar” esses nome ingraçado por dermais, por isso, eu vou ursar na minha escritura. Um parenterse: "eu num tô falando de acadimia daquelas que maia o corpo, não, é acadimia de “celébro”, certo?!" Ponto.
Que intendimento eu mim intendia nos acontecimento da vida?
Cumecei bunito, ponto. Com uma pergunta de filosorfia de vida, ponto.
Foi assim um dia que vi escrevido nessas coisa escrita que já falei o nome um pouco lá em cima. Lá em cima se chama paragarfo....Foi isso que mim disseram dessas coisicas sérias.
O meu artingo-resenhação-derfesa-conto, será assim:
Vou começar minha inicialização primeira iniciarendo primeiramente sobre: a pendagogia de casa, de vizinhança, de amor, de atrapaiação, de perda, de oio do meu amor, de derrota, de camihos desacaminhanados, de outros caminho, de alecrim, de azeviche, de tela de cinema que faz os oio espantar, de paiaço que ri quando, ás vezes, o coração teima em chorar, de artista de estrada, de trupe de circo, de cortidiano, do sarbiá, de firm de coisa, de estrela, de onde inxiste a separação entre o que inxiste e o que não inxiste, e é isso e muito mais.
Gosto de falar de boniteza, ponto. Boniteza para zoiá: De oio cheio d’água, de vida que se espaia, de botão de rosa caia, de revonlunção, de bataia, de aflinção e faia, do luar do sertão, de sol de prata, de viola, gosto de falar da sorte do chorfer de carminhão, do nascer do coração, de gente....
Manualização e pendagogia esse foi o trabaio proposto, ao ler por emelho a aponstila que o senhor professor mim passou, de modo que, para eu não ter o reprovamento e vir a ter o passamento do ano.
Eu acho essas palavra esquisita, por demais, de diferente...Manualização e pendagogia. Fica parecendo um “dotô”.
Eu queria ser “dotô”, apruveito a oportunização do espaço para dizer aqui: “EU SONHO EM SER DOTÔ DA IAMAGINALIZAÇÃO”. Ponto. Imagina só?
Mas a dotoração que eu queria ser ou fazer ainda num inxiste num manuá de manualização. Pena, eu teria que ter uma grande inventalização.
Sem alongação e voltando, eu queria ser “dotô” de fantarsia e de imaginacionalização de verdade, desses que roba os oio de toda gente. Eu fico triste ao oiá essa vida sem emportância de luar e poesia. Eu já me pus chorando por conta dessa farta de buniteza.
Eu ouço farlar de quase toda gente rindo de eu“Isso de conto e poesia, de fantarsia, num enche barriga de ninguém, quem já viu viver num mundo a derlirar? Isso num enche barriga, mocinho”. Eu sofria.
Eu queria minha gente, com toda a honestização de minha vivificação....Eu queria era uma dotorização onde toda voz do coração falasse do miudinho que parece curto, mas né não, miudinho-grande...E é tão grande.... Que faz a felicidade toda do miudinho da vida. Era só a gente oia direito.
Essa era a minha dotoranidade sonhadora que eu queria me dotorizar e encher a barriga de toda gentee se rico de felicidade, pronto falei, disambafei.
Um dia eu ia me tornar o “dotô” da imaginalização de manualização pendagogica; Disso eu não tinha era duvidamento e duvidação.
Eu na escola, eu não mim encaixava, minha alma num encaixava no corpo dessa forma de buscar os sentimento meio que frio do vasto mundo. Eu já tinha aprendido a ler as palavra... Mas, eu era dinferente.
Pois bem, num vou mentir aqui, para o meu artingo ou resenhação de acadiminha que to fazendo, acho que eu tinha umas esquisiticiações bem esquisitas. Eu mim fazia me sentir às vezes, dodio da vida. Eu gostava dos livro, eu gostava dos chero dos livro...eu até virei conhecido “cherador” de livro. Por isso me tornei um ser perigoso para sorciedade, eu era um cherador de livros.
Mas nunca que fiz mar a nenhuma mosca. Minto. Um dia eu tava era brabo e piquei a porrada num menino que mim disse que eu era um doidio viciado cherador de livro. Que eu era peringoso. Que eu tinha umas inventalização que era diferente de todos na escola. Eu lembro que minha única esquisitice era criar as fabulidades do mundo difícil, pra da gosto de viver.
Na escola tinha leitura de livro, eu gostava dessa aula...Mas pra minha tristeza era uma coisa bem séria de embrulhar os estômago a leituração da aula.
O formatizamento que o livro era mostrado na escola eu embrulhava e não queria ter ele, parecia como algo obrigado. O livro era um amor livre entre eu e ele.
Eu penso que o nome Livro vem muito da palavra livre, é só uma questão de uma mudança das vogá. Então livro-livre. Trocar o/e. Eu gosto de ler livre(o).
Vortando porque nas escritura de acadimia tem que ter ordim de pensametação, num tem que ter poersia. Tem que falar co com erença.
Nas acadimia eu embrulhei nas estrada da pendagogia...Eu archava a pendagogia coisa chata de forma feia, era assim: Um prorferssor falando um monte de coisa que ele ou a acadimia queria dizer chatas. Foi a acadimia que disse que era emportante essas coisa que o prorferssor ficava dinzeno, fincava mandano. Eu acho chato a mandalização. Eu ainda num vi na acadimia um prorferssor livre. Num sei falar bonitum, num sei falar de coisa de pendagogia...Mas eu sei dizer das estrela, eu sei dirzer do oio, eu sei dirzer do afundar nas coisa miudinha-grande da vida....
Mas falar de manuá...Ô lamento, ô agunia, ô insuportavelização!!! E quando o prorferssor falava de um troço chamado resenha...Eu mim embololava era todo. Eu sempre tive na estrada da minha vida as resenha que eu aprendi a fazer assim: eu resenhava sobre os acontecidos da escola, da festa, da quermesse...sem ter que falar assim: “Esta resenha é uma resenhação que quem cita (palavra mais que ingraçada) é um moço que se chama fulano. Eu resenhava era da vida. Quando eu orvi pela primera vez que eu tinha que fazer uma resenha, eu pulei foi de felicidade: “Viuxe que alergria, vou contar como foi que eu vi a galinha lá de casa butando o ovo!” Riram de mim, não era essa a resenhação.
Outro troço chamado artingo tumbém, ô coisa dodia...Eu fico pensando assim....Eu num tô intendendo mais é nada.... Eu cunheci essa palavra, artingo, minha prorferssora disse que artingo era o, a, os,as...Outro disse que artingo era uma coisa que a gente escrerve falando sobre arguma coisa...Mas Lalinha, o meu amor de belezura, disse que o, a, num é artingo, coisa ninhuma, que tão querendo me faze de bobo, que artingo é coisa que se chama vogá. Eu acho que ta fincando complicadesco. Mas vamo lá adinte....
Perainda.... Eu falei adinte de ir mais longe, não falei adinte de me adiantar...
Minha cabeça tá dando uns nò....
Vortando, porque eu tô fazendo uma alongalização muito grande e tem que ter ordim de pensamentação.
Apendi nessas aprendizage tumbém que a pendagogia era muito que emportante. Eu num tô esculiambando, acho muito por diferente a forma que a pendagogia se comporta, acho rica.....Mas tem as maioria das vezes que eu num acredito é nada nela, só pelo modo de que, ela num é ser livre.
Um dia na acadimia dessas pendagogia, um prorferssor disse para mim: “você viaja...”
Eu adorei ouvi aquilo. Ele não eimaginou o presente que mim deu...Às vezes uma frase pode vir como um butão de rosas para uns e vir como um alagado de baleias mortas de derrota para outros. Ele mim falou: “você ás vezes tá presente e ás vezes num tá...o que eu poderia dize para o tal do moço? É que eu sou firtro-tripro. Firtro o que é de emportância para os caminho da minha pulsação.
Acuntece seu moço, prorferssor de pendagogia, de manuá da dotorização, eu tô inté archando bonitum o que o sinhô se Poe a farlar, farla dirfícil, mas, conturdo, porém, é que ás vezes quando ouço me dá uns nò na garganta... Didartica....Eu num sei ser dirdártico...Eu sei ser livresco.
Será que eu sou burro ou acho que ta é tundo errado nessa pendagogia massante?
Outra pergunta de artingo-resenhação-derfesa...
Dizem nas acadimis, os prorfersorres: “Eu farço um trabaio diferente meu aluno, eu quero que você proponha um trabaio...Mas, conturdo, porém, você vai ler a aponstila do emelho que te mandei....Você pode até fazer da sua forma, mas para ter o aprovamento vai ler essas mil paginações que te mandarei, depois estejas livro ou livre, para fazer da sua forma”.
Grato meu prorferssor....
Vou te responder, com a respondalização que sei me dizer: Eu num gosto de acadimia, eu num gosto de prisionamento que finge que é liberdade. Eu num gosto quando eu mim incontro presente aqui e viajo pelo planeta e o outro não capta essa captação de cada aluno, é que essa diversidade da minha alma não me permite ficar quando ouço palavra que dão é nó no coração.... Manualização...Tú como dotô de dotorização, de manualização, acha que eu num sivo para o mundo das pendagogia? Será que um dia essa minha outra dotorização do sensível de acuntecimento das miudeza da vida, vai servi de coisa para ser vista com oios de sabidoria? Seu moço num sou filórsofo não...Num gosto dessas rotulalizações... Eu falo o que sinto na medida do que os meus oio vai se espantano com as miudezas....Eu aprendo com os passo da vida.
O prorferssor me achou foi perdido, talvez deserncontrado....Mas as encontradições que ele achava que era encontros da cabeça dele, era perdinção para minha cabeça.
Ele me passou um negócio doidio e disse “você num é artista”? Eu num sei seu moço, eu já disse eu falo das miudezas...Ele mim falou..."Quero que inscreva sobre um texto que vou te mandar por emelho da forma como escolher, mas o texto EU VOU ENVIAR. Essa coisa ...você tem que fazer um escrevimento do conteurdo da ampostila e me enviar porque não viu as aula direito, não fez os trabaio e tava viajando..."
Mas seu moço, prorfessor...
Vamo lá....
Mas ele num intendeu ou eu num intendi, ficando na margem da não intendiação, ou da entediação....
Desarbafo....Eu até já tinha mandado uns inscrito antes de umas historia que eu tinha escrevido...Mas ele disse que aquilo num era o trabaio, não.
Viuxe o que é esse trabaio?????? Ele mandou por emelho e tudo se cumplicou. Que embrulhação.
Era duro, era prisão, era palavra que me fazia correr da pendagogia.
Eu pensei: É agora que esse moço vai dizer.... “você não leu, você não intendeu nada....”
Eu sofria...Eu tinha dois, três caminho a seguir...Ou eu acatava a forma da manualização que ele tava dizendo para o passamento de ano ou então eu abrarçaria a charnce de defender a resenhação do meu artingo sendo um conto. Será que era a reprovação?
Quando eu era pequeno minha mãe falava assim; “Tem umas reprovações de uma comida que a gente pode provar duas vezes”. Para mim reprovação era isso. É reprovação, então, é repetir a gostosura, se a comida era boa, duas vezes...Mas essa comida da pendagogia num era boa, num era apetitosa de reprovar...Embrulhei novamente.
Num sei donde vem esses sentimento de embrulhação, mas sucedeu de eu ter dentro do peito um embrulhamento, quando me deparei com letras escrita que falava umas língua que parecia dura.....desconhecida de poesia e fantasia. Eu sentia um sentimento que se “sentificava” de forma prisioneira num meu coração. Parecia prisão das palavra e de pensamento dodio. Sucedeu de mim achar sem rumo ou oficio nesse mundo doidio quantificado de número e manuá.
Eu num sei de número e quanto mais de manuá. aime Sorie.
Peço desculpa pela minha finalização assim de repente sem avisar ordenadamente que se vai terminar, mas, é que eu num tenho mais muita coisa pra falar, eu já fiz uma grande alongalização. Agora o meu troço é sentir a pendagogia da manualização da alma e da imaginação, e comerçar a pensar como eu ia iniciar ela nesse mundo doidio de manuá de pendagocia co com erencia tão duro de poesia sem fantarsia. Viuxe Deus, me sarve, agora já vou eu!
Sem mais nem menos,
Eu.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Mas é preciso escolher: viver ou narrar.
(...)
Quando se vive, nada acontece. Os cenários mudam, as pessoas entram e saem, eis tudo. Nunca há começos. Os dias se sucedem aos dias, sem rima nem razão: é uma soma monótona e interminável.
(...)
Viver é isso. Mas quando se narra a vida, tudo muda; simplesmente é uma mudança que ninguém nota: a prova é que se fala de histórias verdadeiras. Como se fosse possível haver histórias verdadeiras; os acontecimentos ocorrem num sentido e nós os narramos em sentido inverso. (...) Mas o fim, que transforma tudo, já está presente. Para nós o sujeito já é o herói da história. Sua depressão, seus problemas de dinheiro são bem mais preciosos do que os nossos: doura-os a luz das paixões futuras.
E o relato prossegue às avessas: os intantes deixaram de se empilhar um sobre os outros ao acaso, foram abocanhados, pelo fim da história que os atrai, e cada um deles atrai por sua vez o instante que o precede (...). As frases são lançadas negligentemente, parecem supérfluas; mas não caímos no logro e as deixamos de lado: é uma informação cujo valor compreenderemos depois. E temos a impressão de que o herói viveu todos os detalhes dessa noite como anunciações, como promessas, ou até mesmo de que vivia somente aqueles que eram promessas, cego e surdo para tudo o que não anunciava a aventura. Esquecemos que o futuro ainda não estava ali; o sujeito passeava numa noite sem presságios, que lhe proporcionava de cambulhada suas riquezas monótonas, e ele não as escolhia.
Quis que os momentos de minha vida tivessem uma sequência e uma ordem como os de uma viuda que recordamos. O mesmo, ou quase, que tentar capturar o tempo.
.
Por Jean-Paul Sartre, em 'A Náusea'
Tradução: Rita Braga
Não somente o vento dos acontecimentos me agita conforme o rumo de onde vem, como eu mesmo me agito e perturbo em consequência da instabilidade da posição em que esteja. Quem se examina de perto raramente se vê duas vezes no mesmo estado. Dou à minha alma ora um aspecto, ora outro, segundo o lado para o qual me volto. Se falo de mim de diversas maneiras é porque me olho de diferentes modos. Todas as contradições em mim se deparam, no fundo como na forma. Envergonhado, insolente, casto, libidinoso, tagarela, taciturno, trabalhador, requintado, engenhoso, tolo, aborrecido, complacente, mentiroso, sincero, sábio, ignorante, liberal, avarento, pródigo, assim me vejo de acordo com cada mudança que se opera em mim. E quem quer que se estude atentamente reconhecerá igualmente em si, e até em seu julgamento, essa mesma volubilidade, essa mesma discordância. Não posso aplicar a mim mesmo um juízo completo, simples, sólido, sem confusão nem mistura, nem o exprimir com uma só palavra.

Montaigne
Por Sérgio Milliet, em 'Ensaios de Montaigne'


Direitinho declaro o que, durando todo tempo, sempre mais, às vezes menos, comigo se passou. Aquela mandante amizade. Eu não pensava em adiação nenhuma, de pior propósito. Mas eu gostava dele, dia mais dia, mais gostava. Diga o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa feita. Era ele estar perto de mim, e nada me faltava. Era ele fechar a cara e estar tristonho, e eu perdia meu sossego. Era ele estar por longe, e eu só nele pensava (...). Aquela meiguice, desigual que ele sabia esconder o mais de sempre (...). Com que entendimento eu entendia, com que olhos era que eu olhava? Eu conto. O senhor vá ouvindo. Outras artes vieram depois.
(...)
Então eu vi as cores do mundo.
(...)
Entendi aquele valor. Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, sem encalço. A amizade dele ele me dava. E amizade dada é amor. Eu vinha pensando, feito toda alegria em brados pede: pensando por prolongar. Como toda alegria, no mesmo momento, abre saudade. Até aquela - alegria sem licença, nascida esbarrada. Passarinho cai de voar, mas bate as asinhas no chão.



...nós dois. A gente dava passeios (...) Era um delém que me atirava para ele - o irremediável extenso da vida (...) E eu me esquecia de tudo, num espairecer de contentamento, deixava de pensar. Mas sucedia uma duvidação (...): eu versava aquilo em redondos e quadrados. Só que o coração meu podia mais. O corpo não traslada, mas muito sabe, adivinha se não entende.


Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça aos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou – amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por que é que é.

Diz-que-direi ao senhor o que nem tanto é sabido: sempre que se começa a ter amor a alguém, no ramerrão, o amor pega e cresce é porque, de certo jeito, a gente quer que isso seja, e vai, na idéia, querendo e ajudando; mas, quando é destino dado, maior que o miúdo, a gente ama inteiriço fatal, carecendo de querer, e é um só facear com as surpresas. Amor desse, cresce primeiro; brota é depois.

Confiança - o senhor sabe - não se tira das coisas feitas ou perfeitas: ela rodeia é o quente da pessoa.



Por João Guimarães Rosa, em 'Grande Sertão: Veredas'
UMA CARTA EM FORMA DE POESIA

Difícil ser funcionário
Nesta segunda-feira,
Eu te telefono, Carlos,
Pedindo conselho.

Não é lá fora o dia
Que me deixa assim,
Cinemas, avenidas
E outros não-afazeres.

É a cor das coisas,
O luto desta mesa;
É o regimento proibindo
Assovios, versos, flores.

Eu nunca suspeitara
Tanta roupa preta;
Tampouco essas palavras-
Funcionárias, sem amor.

Carlos, há uma máquina
Que nunca escreve cartas;
Há uma garrafa de tinta
Que nunca bebeu álcool.

E os arquivos, Carlos,
As caixas de papéis:
Túmulos para todos
Os tamanhos de meu corpo.

Não me sinto correto
De gravata de cor,
E na cabeça uma moça
Em forma de lembrança.

Não encontro a palavra
Que diga a esses móveis.
Se os pudesse encarar...
Fazer seu nojo meu...

Carlos, dessa náusea
Como colher a flor?
Eu te telefono, Carlos,
Pedindo conselho.

Por João Cabral de Melo Neto.
CIGANA – GIPSY
(SHAKIRA- TRADUZIDO PARA O PORTUGÊS)

Quebrei o meu coração na estrada
Passei o fim de semana costurando os pedaços de volta

Lápis e bonecas passam por mim
Caminhar fica tão chato
Quando se aprende a voar

Não sou do tipo caseira
Desligue-se
E quem sabe o que poderá encontrar

Não confessarei todos os meus pecados
Você pode apostar que eu tentarei mas nem sempre se pode vencer

Porque eu sou uma cigana
Você vem comigo?
Eu posso roubar suas roupas
E vesti-las caso me sirvam

Eu nunca fiz acordos
Como uma cigana
E eu não vou recuar
Porque a vida já me machucou

E eu não vou chorar
Sou muito jovem para morrer
Se você quiser me deixar
Porque eu sou uma cigana

Porque sou uma cigana

Eu não posso esconder o que fiz
Cicatrizes me lembram
De quão longe vim
A quem possa se interessar
Apenas corra com tesouras
Quando você quiser se machucar

Porque eu sou uma cigana
Você vem comigo?
Eu posso roubar suas roupas
E vesti-las caso me sirvam

Eu nunca fiz acordos
Como uma cigana
E eu não vou recuar
Porque a vida já me machucou

E eu não vou chorar
Sou muito jovem para morrer
Se você quiser me deixar
Porque eu sou uma cigana

Eu disse "Ei, você não é um idiota se disser não"
Não é assim que a vida acontece?
As pessoas temem o que elas não conhecem
Venha aqui passear
Venha aqui passear

Porque eu sou uma cigana
Você vem comigo?
Eu posso roubar suas roupas
E vesti-las caso me sirvam

Eu nunca fiz acordos
Como uma cigana
E eu não vou recuar
Porque a vida já me machucou

E eu não vou chorar
Sou muito jovem para morrer
Se você quiser me deixar
Porque eu sou uma cigana